quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Bem-vindos... Vem comigoOo!!!

Como começar? Talvez, a melhor forma é uma só: contando para vocês a volta que o mundo dá. Sempre tive uma vida normal. Nasci numa família simples, em Belo Horizonte. Como a maior parte das pessoas fazem, eu também ia com minha família pra praia nas férias. Aos 10 anos, na contramão do gosto dos garotos da minha idade que eram alucinados por carros, eu defendia minha paixão por aviões. Foi tão forte isto que meu pai, um mecânico extraordinário, criou e soldou uma bela máquina dessas para mim. Idêntico a um boeng 747, esse presente especial marcou minha infância e minha vida, dando-me a certeza de que não fui feito para viver parado no mesmo lugar... Eu nasci para voar.

Minha infância passou muito rápido. Na adolescência eu já demonstrava aptidão por números, mas me empenhei demais por mergulhar na geografia e em todos os mistérios que ela tinha para me ensinar. Eu sabia que o mundo era grande, mas não por demais que eu não pudesse alcançá-lo. O resultado, como aluno, foi espetacular: ganhei aos 12 anos dois prêmios como o melhor trabalho apresentado numa feira sobre relevo e oceanos. Aos 13 anos, disputei na antiga rádio "Líder fm" o prêmio como melhor boletim escolar de aluno de escola pública, e sai vitorioso nesse concurso. A geografia me despertou vontade de respeitar a água que eu bebia, os animais que eu encontrava, o chão que eu pisava, a horta que precisava ser cultivada para eu ter o que comer. Meu pai sempre brincava comigo e com meu irmão. A brincadeira preferida que tínhamos era viajar de trem-bala. Deitávamos no tapete, e com uma coberta sobre nós o piloto (meu pai) anunciava os lugares que estávamos "sobrevoando". Quando esse passatempo lúdico que adorávamos terminava, eu sempre dizia: "Pai, um dia nós vamos viajar mesmo de trem-bala?" Papai me abraçava e dizia olhando pra mim: "Você ainda vai longe". Eu acreditei.

Acreditei tanto, que sigo acreditando até hoje. Aos 17 anos formei o ensino médio, e fui direto pra PUC estudar teatro. Queria ficar um ano decidindo o que eu queria ser, agregar experiências, conhecer uma galera nova e ajuntar valores. Comecei a trabalhar numa rede de estacionamentos do Itaú, para ajudar a família e também ter responsabilidades. Passei a ter noção de dinheiro quando ganhei meu primeiro salário e me mandei para o Rio. Vivi dias memoráveis na terra do Cristo Redentor! Mas eu não queria voltar, dentro de mim existia a vontade de que aquela sensação de liberdade durasse um pouco mais. Como se fosse hoje, debruçado sobre a janela do hotel lembro-me de uma lista que naquele dia fiz de todos os lugares que eu tinha o desejo de conhecer: Nova York, Milão, Londres, Madri, Buenos Aires, Berlim, Tóquio, Barcelona, o mar do Caribe. Para isso se tornar possível, eu descobri que não precisava ganhar na loteria. Estudar e trabalhar bastavam! Arrumei emprego, na semana seguinte, no Pampulha Iate Clube, para trampar nos finais de semana em eventos deles e levantar uma grana... Minha primeira poupança foi aberta nesses dias!!! Hahahahah...  Ao longo do meu crescimento, fui percebendo que para se realizar sonhos o primeiro passo é simples: acordar dele. E no dicionário já sabemos: a palavra trabalhar vem antes de viajar. Fiz então um trato comigo mesmo: eu estava disposto a suar para conseguir ir além.

Na vida, eu soube ser grato com as oportunidades que Deus colocou na minha rota. Um casal de médicos, clientes meus, gostavam muito de mim e enxergaram em mim um potencial. Decidiram pagar toda minha faculdade. Custearam meu sonho de ter uma formação, e mais do que isto: ter um futuro mais digno. Sou a única pessoa na minha família até hoje com diploma de nível superior. E como se não bastasse, cruzei também o caminho do Superintendente do Banco Itaú, que amava as mensagens de auto-ajuda que eu escrevia e que me desafiou a deixar o estacionamento terceirizado deles e assumir uma qualidade de vida melhor: tornar-me funcionário de uma de suas agências. Claro que o desafio foi aceito, e minha vida transformada. Minha carreira como bancário nascia ali, e as milhares de experiências pelo mundo afora vieram como sobremesa. Deus foi muito generoso comigo ao começar a realizar parte daquela lista que fiz... lembram? Tenho milhares de histórias, tristes e engraçadas, de emoção e superação, para contar. Fiquem á vontade para conhecer os lugares que curto, as pessoas que abraço, a fé que carrego em todo tempo. Permita-me abrir as malas. Me ajude a escrever um livro.

Viajando eu coleciono muito mais do que fotos, eu eternizo encontros que Deus marcou para mim com pessoas e lugares diferentes. Nessas idas e vindas, aprendi a valorizar o pouco que temos perto de quem não tinha nada; Aprendi não me encantar com o luxo, uma vez que conheci pessoas reféns dele mesmo; Aprendi que uma conquista vale mais que um elogio, que felicidade vale mais que dinheiro no banco. Aprendi respeitar o próximo, amar de verdade as pessoas, conviver com elas e suas diferenças. Aprendi me conhecer, descobrir quem eu era. Aprendi que posso me comunicar, mesmo não entendendo o idioma do outro. Aprendi que a palavra longe é apenas uma diferença territorial. Aprendi entregar meus medos para Deus, não importando quais são eles, o tamanho deles e as dificuldades que o acompanham... Aprendi descansar, seja num calor de uma praia ou numa turbulência de um avião. Descansar em Deus e confiar que, mesmo com meu manual de viagens em mãos, a melhor coisa que fiz foi entregar meu caminho à Ele.

Do mesmo jeito que minhas experiências foram e são essenciais para mim, que cada post aqui seja uma semente para planos e mudanças em você. Eu estou sempre em busca do meu lugar ao sol e continuo indo na direção daquilo que curto, que gosto, que me completa e faz feliz! Faça isto você também! Planeje, corra, voe, explore, pense, mude... Nem que seja para uma cidade vizinha ou para a rua de trás! Nunca pare de buscar o diferente, respirar novos ares e realizar novos sonhos. A vida é incrível para quem se arrisca a viver.